Denúncia de Tagliaferro contra Moraes mostra fraude, caça à direita e conluio com militantes

A fala revela que, dentro do TSE, havia um ambiente de medo e submissão. O “desejo do ministro” não era questionado, e os assessores sabiam que, ao discordarem, poderiam ser descartados ou até perseguidos.

A versão oficial do gabinete de Moraes

Como esperado, o gabinete de Alexandre de Moraes reagiu. Em nota, afirmou que todos os procedimentos realizados nas investigações sobre supostas milícias digitais e desinformação foram “oficiais, regulares e documentados nos autos”. Segundo o texto, todas as ações respeitaram as normas regimentais e visaram combater atividades ilícitas, incluindo “tentativas de golpe de Estado e atentados contra instituições democráticas”.

No entanto, para parte significativa da população, a explicação soa mais como justificativa política do que como defesa técnica. Afinal, os abusos denunciados por Tagliaferro vão justamente no sentido de mostrar que os autos foram manipulados para criar a aparência de legalidade.

A perseguição contra o próprio delator

Não por acaso, o próprio Tagliaferro virou alvo da Procuradoria-Geral da República. Ele responde a denúncias por violação de sigilo, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e obstrução de investigação. Para a oposição, essa movimentação mostra como o sistema se volta contra qualquer um que ouse expor seus métodos, transformando o delator em réu como forma de silenciamento.