O país assiste a um embate sem precedentes entre poder e responsabilidade. Após as acusações contundentes feitas por Eduardo Tagliaferro — ex-assessor de Alexandre de Moraes — em audiência no Senado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) disparou sua resposta oficial. O choque entre narrativa e versão oficial acirra ainda mais a polarização do debate político brasileiro.
1. A acusação que abalou o STF
Na quinta-feira (4), Eduardo Tagliaferro, que chefiou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante a presidência de Alexandre de Moraes, expôs à Comissão de Segurança Pública do Senado acusações graves. Ele afirmou que o ministro teria adulterado documentos para dar respaldo a operações da Polícia Federal e ordenado relatórios elaborados com base em “pedidos informais de parceiros” — práticas que, para muitos, destoam radicalmente das normas jurídicas e éticas esperadas em um Estado de Direito.(CartaCapital, G1)
2. Moraes devolve com nota firme
Em resposta às acusações, Moraes apresentou uma nota em que reafirma que todos os procedimentos investigativos foram conducentes ao devido processo legal e estritamente documentados. O ministro enfatizou que a assessoria do TSE foi acionada para recolher dados que foram posteriormente repassados às instituições competentes. Segundo ele, “os relatórios simplesmente descreviam as postagens ilícitas realizadas nas redes sociais, de maneira objetiva, em virtude de estarem diretamente ligadas às investigações de milícias digitais.”(CartaCapital, G1)
Moraes ainda esclareceu que muitos desses relatórios foram integrados aos autos de inquéritos no STF, compartilhados com a Polícia Federal e encaminhados com ciência da Procuradoria-Geral da República — reforçando o caráter formal e documentado da operação.(CartaCapital, G1)
3. O ponto crucial: legalidade vs narrativa
O duelo entre Tagliaferro e Moraes revela o centro das tensões: de um lado, acusações de manipulação documental e montagem processual; do outro, a defesa institucional da normalidade legal. O ex-assessor alega que documentos foram produzidos após ações já executadas — o que desconfiguraria o processo — e que houve uso político e midiático para justificar operações antes mesmo de sua fundamentação técnica.(G1, Metrópoles)