Regras de rendimento
O cálculo do retorno tem dois componentes: (1) a rentabilidade orgânica do fundo, que acompanha a Selic (hoje 100% do CDI), e (2) o incentivo pago pelo Nubank, creditado diariamente até atingir o teto. Na prática, quem mantém quantias maiores pode não receber 120% do CDI sobre todo o saldo. Por exemplo, colocando R$ 15 000, você teria direito a até R$ 12 mensais de incentivo. Caso a Selic esteja em 10% ao ano, o rendimento extra cobre cerca de 2% anuais, somando 120% apenas para valores próximos de R$ 5 000.
Em síntese: a Caixinha Turbo oferece liquidez diária, proteção do FGC (apenas nos CDBs que compõem o fundo), incentivo limitado e tributação regressiva de fundos. Entender essa mecânica evita frustrações com o “até 120%” divulgado.
2. Pontos de atenção antes de investir
Tributação e come-cotas
Fundos de renda fixa sofrem incidência de IR pela tabela regressiva (de 22,5% a 15%) e cobrança semestral de come-cotas, que antecipa parte do imposto. Esse detalhe reduz o juro composto ao longo do tempo, diferentemente de CDBs que pagam IR apenas no resgate. Para quem pensa em objetivos acima de dois anos, o impacto do come-cotas pode anular o ganho promocional.
Limites do incentivo
Conforme os autores do canal destacam, a Caixinha Turbo não entrega 120% do CDI sobre todo capital, mas sim sobre a parcela que cabe no incentivo. Grandes aportes diluem o benefício, reduzindo a taxa efetiva. Se o seu plano é estacionar R$ 50 000 por longo prazo, um Tesouro Selic sem taxa de administração tende a render mais depois de poucos meses.
Risco de crédito e de marcação a mercado
Apesar de ser um produto de baixo risco, os fundos estão sujeitos à marcação a mercado. Caso haja necessidade de resgate em um dia de estresse de juros, a cota pode estar ligeiramente abaixo do esperado. Não é flutuação drástica, mas vale compreender o mecanismo.
“Rentabilidade alta sem entender as regras é convite para frustração. O investidor precisa analisar custos, prazo e limites do incentivo antes de se animar com 120% do CDI.” — Vitor Gêmeos, analista CNPI
3. Comparação com a caixinha padrão e outros produtos
Tabela comparativa de rentabilidade e custos
Produto |
Rentabilidade bruta |
Custos/Impostos |
Caixinha Turbo |
Até 120% do CDI (limitado) |
Taxa 0,3% a.a. – incentivo devolve parte + IR regressivo + come-cotas |
Caixinha Normal |
~103% do CDI |
Taxa 0,15% a.a. + IR regressivo + come-cotas |
Tesouro Selic 2027 |
100% Selic |
0% taxa com corretoras grandes + IR regressivo (sem come-cotas) |
CDB Liquidez Diária Top 9 |
110% a 115% CDI |
IR regressivo (sem come-cotas) + FGC |
Fundos DI Bancões |
95% a 100% CDI |
0,4% a 1% taxa + IR + come-cotas |
Poupança |
~70% Selic (limite 6,17% a.a.) |
Isenta de IR |
Estudo de caso prático
Supondo investimento de R$ 10 000 por 12 meses, Selic em 10%: na Caixinha Turbo o incentivo máximo seria R$ 96/ano. O rendimento líquido aproximado fica em R$ 1 028, contra R$ 945 na caixinha normal e R$ 1 056 em um CDB de 112% do CDI de liquidez diária. Já o Tesouro Selic entregaria R$ 1 000. Na prática, a Turbo bate Tesouro, mas perde para CDBs competitivos.