Foi num tom meio de bastidor, quase como quem solta um segredo de mesa de bar, que o deputado Nikolas Ferreira deixou escapar qual seria a ideia por trás de sua movimentação em Brasília: encontrar um jeito de incluir Jair Bolsonaro no pacote de anistia que vem sendo discutido. O detalhe pegou muita gente de surpresa, porque até então se falava só de militantes e apoiadores processados após o 8 de Janeiro. Agora, a narrativa parece ganhar outro rumo.
O que está por trás dessa estratégia?
Nikolas não esconde a intenção: blindar Bolsonaro das acusações que ainda o cercam, especialmente depois da inelegibilidade imposta pelo TSE. Ele argumenta que o ex-presidente é alvo de perseguição política e que a anistia deveria valer para “quem apenas expressou opiniões”. O ponto curioso é que esse discurso cola fácil em parte da base, mas encontra resistência até entre aliados mais moderados.
A reação nos bastidores
Parlamentares próximos ao Centrão têm repetido que a inclusão de Bolsonaro seria “um passo grande demais” e que poderia comprometer qualquer chance de o projeto passar. Nos corredores, a fala é sempre a mesma: “se puxar o nome dele pro texto, o acordo desmorona”. Ainda assim, Nikolas insiste. Diz que não faz sentido soltar a corda dos apoiadores sem soltar também de quem eles seguiam.
O impacto na base bolsonarista
Entre apoiadores, a ideia caiu como música. Muitos viram no gesto de Nikolas um sinal de lealdade a Bolsonaro, num momento em que parte da direita começa a flertar com novas lideranças. Já nas redes sociais, a repercussão foi imediata: “finalmente alguém falou o que a gente esperava”, escreveu um seguidor no X (antigo Twitter). A verdade é que a militância se alimenta dessas falas fortes, mesmo que, no campo prático, elas tenham pouca chance de se concretizar.
O que vem pela frente
O projeto de anistia ainda nem chegou ao plenário, e já é tratado como uma bomba de efeito retardado. A oposição promete barrar qualquer tentativa de ampliar a lista, enquanto aliados calculam se vale o risco de bancar Bolsonaro no texto. Nikolas, por sua vez, parece disposto a esticar a corda até o limite — e talvez seja esse o objetivo: manter o nome de Bolsonaro no centro da conversa, mesmo sem garantias reais de vitória.