Moraes determina reforço de policiamento na casa de Bolsonaro durante prisão domiciliar e acirra clima de perseguição política

A acusação de que teria participado de uma “tentativa de golpe” é rejeitada por Bolsonaro e seus aliados, que afirmam que o ex-presidente apenas exerceu seu direito de questionar o processo eleitoral. O episódio de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram as sedes dos Três Poderes, foi usado como argumento para vinculá-lo a atos de violência, ainda que não haja provas de sua participação direta.

Em julho de 2025, Moraes determinou sua prisão domiciliar, impondo restrições inéditas a um ex-presidente da República: tornozeleira eletrônica, proibição de usar redes sociais, de se aproximar de embaixadas e até de manter contato com apoiadores investigados.

A nova decisão de Moraes

Agora, Moraes decidiu ir além. Atendendo a pedidos da Procuradoria-Geral da República (PGR) e de setores da esquerda, determinou que a casa de Bolsonaro fosse vigiada dia e noite por agentes da Polícia Penal, com apoio da Polícia Federal.

O argumento usado foi a suposta proximidade da residência do ex-presidente com a Embaixada dos Estados Unidos, localizada a cerca de 10 quilômetros. Para Moraes, isso representaria “risco de fuga”. Outro elemento citado foi a descoberta, pela PF, de um rascunho de pedido de asilo político à Argentina em um dos celulares de Bolsonaro — documento antigo que, segundo a defesa, não tem nenhuma validade atual.