Moraes determina reforço de policiamento na casa de Bolsonaro durante prisão domiciliar e acirra clima de perseguição política

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de reforçar o policiamento na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília, reacendeu debates sobre abusos de autoridade e perseguição política. Cumprindo prisão domiciliar desde julho de 2025, Bolsonaro volta a ser alvo de medidas vistas por seus apoiadores como desproporcionais e de caráter político.

O despacho, que prevê vigilância 24 horas pela Polícia Penal do Distrito Federal, foi justificado sob a alegação de “risco de fuga”. No entanto, juristas e parlamentares ligados à oposição avaliam que não existem provas concretas para sustentar tal tese, e que a medida se soma a uma sequência de ações arbitrárias contra um ex-presidente que ainda mantém grande apoio popular.

O contexto: Bolsonaro cercado desde 2022

Desde a eleição de 2022, quando saiu derrotado por Lula, Bolsonaro tem sido alvo constante do STF e de investigações que seus apoiadores classificam como “lawfare” — o uso do sistema judicial como arma política.

A acusação de que teria participado de uma “tentativa de golpe” é rejeitada por Bolsonaro e seus aliados, que afirmam que o ex-presidente apenas exerceu seu direito de questionar o processo eleitoral. O episódio de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram as sedes dos Três Poderes, foi usado como argumento para vinculá-lo a atos de violência, ainda que não haja provas de sua participação direta.